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domingo, 6 de maio de 2012

Polícia Civil prende travesti indiciado por tráfico interno de pessoas


Polícia Civil

A titular da Data, Christiane Lobato, informa que outras duas pessoas que fariam parte do esquema de aliciamento já foram identificadas
Polícia Civil
Josiel Paulista Vieira, 30 anos, vai responder pelo crime de rufianismo, que é tirar proveito financeiro da prostituição. Ele nega as acusações.

    Da Redação
    Agência Pará de Notícias

    Policiais civis da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data) transferiram, nesta quinta-feira (3), de Brasília (DF) para Belém, o travesti Josiel Paulista Vieira, 30 anos, conhecido como “Érika”, indiciado no Pará por crime de tráfico interno de pessoas. Ele foi preso mês passado em Anápolis (GO), por crime de rufianismo, que é tirar proveito financeiro da prostituição.
    Nascido em Buriti Bravo, interior do Maranhão, Josiel foi denunciado em Belém, por um adolescente de 17 anos que o acusa de levar pessoas para Goiás com objetivo de exploração sexual. Ele é investigado sob suspeita de integrar uma rede responsável em promover o tráfico de pessoas para esse fim.
    O crime foi denunciado em setembro do ano passado ao Conselho Tutelar 7, situado no bairro do Benguí, que encaminhou a denúncia à Polícia Civil. O conselheiro tutelar Fernando Sampaio explicou que familiares do adolescente procuraram o órgão para denunciar que havia 15 pessoas, entre paraenses e maranhenses, em uma casa de prostituição, em Anápolis. A informação passou a ser investigada pela equipe da Data, que começou a trocar informações com a Polícia de Goiás.
    Segundo a diretora da Data, Christiane Lobato, já há duas pessoas identificadas envolvidos no esquema de aliciamento para prostituição. Os nomes ainda serão mantidos sob sigilo em função do andamento das investigações. Érika tem passagens pela Polícia Federal em Goiás, nos anos de 2006 e 2007, por crime de tráfico internacional de pessoas.
    O Pará é um dos nove Estados brasileiros que têm um Núcleo Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, sob coordenação da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). O coordenador estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, da Sejudh, Murilo Sales, explica que, desde 2007, há um trabalho preventivo para combate à rota do tráfico de pessoas que vai do Pará para o Suriname e Guiana Francesa.
    “Nos deparamos com o tráfico interestadual de pessoas do Pará para São Paulo e Anápolis, em Goiás”, diz, explicando que a rota do Pará para Anápolis foi descoberta recentemente. O Pará será pioneiro no Brasil na criação de uma Delegacia de Combate ao Tráfico de Pessoas, que será criada após a implantação da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis. A unidade policial será subordinada à Divisão Especializada de Combate aos Crimes Discriminatórios.
    Josiel Paulista Vieira conta que fugiu para o Estado de Goiás aos 18 anos de idade. Na época, trabalhava com a mãe, no interior do Maranhão, em um restaurante de beira de estrada. Ele afirma que conheceu, na ocasião, um caminhoneiro que lhe deu carona até Goiânia para ir em busca de “uma vida melhor”, por meio da prostituição.
    Depois de alguns anos, Josiel conheceu um espanhol, que foi seu cliente de programa sexual em Goiânia. O estrangeiro o teria convidado para viajar para Madri, capital do país. “Fique lá por dois anos e seis meses, o tempo em que terminava de pagar um lote de terra em Anápolis, onde iria construir uma casa que iria usar como hospedagem para receber travestis que não tinham onde ficar em Goiás”, explicou, ao detalhar que o local era uma espécie de república, onde cada um pagava de aluguel R$ 150 por mês para poder comer e dormir.
    Segundo ele, a denúncia feita à Polícia seria um ato de vingança, por parte do adolescente, pelo fato de o mesmo ter sido expulso da hospedagem após dez dias de permanência no local. O fato teria ocorrido há cerca de um ano. O indiciado alega que descobriu que o jovem teria furtado dois telefones celulares de clientes que foram se queixar com Josiel. Ainda segundo o acusado, os travestis não faziam programas sexuais na hospedagem, mas nas ruas. Atualmente, contou, nove travestis permaneciam hospedados no local, dos quais, quatro do Pará.

    Texto:
    Walrimar Santos - Polícia Civil
    Fone: (91) 4006-9036 / (91) 9941-3490
    Email: walrimar@gmail.com

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